Eu te esperava no metro. Só pode ser ele. Você tinha cabelo mais curto. Segurava uma bolsa de lado e pegava o telefone, ao mesmo tempo que o meu vibrava no bolso. Durante aqueles poucos passos, tentava te decifrar, tentava perceber se era aquela imagem mesmo que eu tinha de você por trás da tela do computador.
Coisa louca essa de conhecer gente pela internet, meus avós diriam. Pois pra mim, foi orgânico. Seu rosto em 3X4 insistentemente pulava na minha tela enquanto navegava pelas, hoje, extintas perfis do orkut. Cliquei uma vez. Mas seu nome ficou. De alguma forma ficou. Até que cruzei com você tempos depois na mesma tela. A mesma foto 3X4. Você de lado, camiseta amarela. Me identifiquei com quase tudo. Não sei se isso é verdade, mas se for, preciso ver de perto.
E naquele dia eu te vi. Sem foto 3X4. Sem tela. Sem textos. A gente se cumprimentou com um beijo no rosto e um abraço – sem, nem sequer imaginar, que aquele seria o primeiro de tantos. A gente atravessava a rua e eu reparava em todos os detalhes seus, sem sequer imaginar, que aqueles detalhes seriam no futuro, os detalhes mais lindos dentro dos meus olhos. E a gente falou sobre a vida. Falamos muito, como falamos hoje, com a diferença que naquele momento ainda éramos estranhos. A afinidade, aquela coisa invisível e difícil de explicar, tomava forma. Reparava nas suas mãos grandes, nas suas ideias grandes. Queria ficar perto, sem aquela mesa nos atrapalhando. Sempre achava um jeito de tocar em você, de te sentir materializado.O fato é que, as horas se passaram. E a gente se levantou. E nossas mãos, pela primeira vez, se agarraram uma a outra. Acho que, de alguma forma, o cosmos comemorava – Isso, garota, você fez tudo certinho. E, de repente, mais ninguém parecia caminhar pela rua, enquanto eu tinha certeza que meu coração, a partir daquele dia, estava ocupado. Você me olha nos olhos, afasta meu cabelo do rosto e solta um: você é linda. E eu acabando por cair de amores novamente por você.
Isabela xoxo