Porque não ser a melhor companhia de si mesma?
Seria tolice desejar aquilo que não se tem? Às vezes acredito que sim. Não que eu esteja idealizando algo fora do padrão, apenas acho que o que eu desejo é o básico que a vida deveria nos oferecer. Também me pergunto o porquê de algumas pessoas se tornarem tão imbecis, mas vai ver fui eu que amadureci e passei a enxergar a real maneira com que se comportam. De fato a minha cabeça não é algo fácil de lidar, mas eu sobrevivo. E por falar em pessoas imbecis estou a caminho de mais um encontro com amigos. Talvez alguém possa me questionar o porquê de manter amizades assim, mas a verdade é que todo mundo tem amizades imbecis. No meu caso esses amigos evoluíram para o estagio imbecil há pouco tempo. Antes de receberem essa promoção posso até admitir que vivíamos na mesma sintonia, simplesmente procurávamos pelas mesmas coisas. Mas agora, adivinha? Eu mudei. E junto a essa mudança adquiri um cansaço de uma tonelada de coisas que antes eu tentava preencher. Agora estou a caminho desse encontro mais como uma despedida. Apesar das mudanças não posso largar tudo de uma vez, embora a vontade seja essa.
Acredito que tirar o saldo atual da minha vida seja algo simples. Terminei algumas tatuagens pendentes, terminei um namoro denso, terminei mais um semestre da faculdade. Passei num concurso que me permitiu novos começos. Então comecei a dar aulas, a conhecer algumas pessoas novas sem grandes expectativas, a ganhar respeito pelo que faço e isso me proporcionou um contentamento. Continuo com a vontade de gritar com alguns familiares meus, a praguejar no caminho de volta pra casa e principalmente a desejar aquilo que às vezes considero uma tolice. Na maneira mais clássica de falar desejo um amor. E antes que chovam pedras, questiono. Quem verdadeiramente não deseja?
O pior ao desejar esse tipo de coisa é que antes que ele venha realmente a acontecer, uma onda com acontecimentos frustrantes nos rebate pro inicio da caminhada. Daí surge à pergunta. Quantas ondas somos capazes de suportar? Quantas tapas? Verdades que enxergamos depois que o véu da paixão cai? Para ser bem sincera eu sei que ainda posso agüentar uma próxima onda, mas o impacto das ondas que já sobrevivi me faz querer sufocar esse desejo na maioria das vezes. Simplesmente porque não desejar se tornou mais fácil do que acreditar na improvável realização. E é essa força que me faz falar “Cala a boca Isabela Carapinheiro”, quando quero dormir e o desejo fica me martelando. Ou quando um garoto me olha e a primeira coisa que sinto vontade de falar é “Não, eu não quero ouvir você dizer que acha as minhas tatuagens maneiras. Elas não foram feitas para receber esses elogios tão frouxos. Obrigada e tchau!”.
Quer dizer, qual a real dificuldade dessas pessoas quando elas precisam mostrar que são interessantes? Eu juro que não entendo. Tirando as vezes em que preciso me fazer de burra para conseguir engolir determinadas situações, sempre procuro ser eu mesma. O que me leva a pergunta chave. Será que eu substitui a vontade de realização pelas minhas exigências amadurecidas no pedestal? Mas a resposta agradecidamente vem mais certeira. Eu amadureci e ainda estou colhendo os frutos deste amadurecimento. Sei que muitas vezes a inquietação vem camuflada como cansaço e a única vontade é a de apertar o botão do foda-se. Mas também não quero dar os meus próximos passos acorrentados nessa vontade de ter alguém. Embora seja por meio de uma única molécula de oxigênio que respiramos a vida nunca cansa de mostrar o quão ampla ela pode ser. E que se dane o universo caso ele esteja ouvindo isso e devolvendo meu pensamento.
Anderson Nascimento.
OBS: Nunca alguém descreveu esse momento da minha vida tão perfeitamente, além de mim, obvio.
Obrigada pelo presente, Anderson
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