Eu senti novamente vontade de escrever uma carta.
Como escrevia em tempos passados.
Como quando eu dependia unicamente de um papel e caneta pra conseguir me expressar.
Até uns anos atrás, eu não conseguia me expressar falando. A timidez me comia, eu embaralhava as palavras, ficava pálida, entrava em choque e a única forma de conseguir explicar tudo era descrevendo minunciosamente o que se passava dentro de mim.
Fosse para pai, mãe, prima que morava longe, amigos do escoteiro, paixões platônicas, mães de amigos.Eu era unicamente movida a essas cartas.
Posso ter abandonado esse ato com a infiltração e exiitação da era digital, que fez com que eu montasse esse blog e abandonasse a chance de caprichar na minha caligrafia. Era só escrever, selecionar tudo, escolher uma fonte legal e estava tudo pronto. Nada mais de canetas coloridas e adesivos para adornar.
A descrença de que palavras possam mudar o mundo ou que signifique tanto nos dias de hoje é o que mais me assusta.
Quase um ano atrás eu escrevi uma carta pra um cara que eu tinha um platônico por mais ou menos 5 anos. Eu com lindos 23 anos e ele com 22. De começo ele queria ler na minha frente mas pedi para que lesse quando eu não estivesse presente. Quando ele leu, me chamou no chat e agradeceu por eu me importar tanto com ele. Algumas semanas depois, nós ficamos. Pra mim foi algo surreal, sabe?! E pra ele foi algo a se esconder. Uns dias se passaram e ele começou a se gabar para todo mundo das coisas que escrevi e de que 'ela gostava de mim a tanto tempo'. Depois falou que eu era melosa... E por aí vai. Tudo culpa de uma carta, demonstrando minha preocupação e dizendo que sempre me importei com a existência dele.
Não consigo mais nem escrever para amigas porque sei que quando elas verem a carta vão olhar tipo O_O para o pedaço de papel.
Tenho algumas cartas antigas que recebi guardadas.
Ontem, senti vontade de escrever uma carta para uma pessoa que vem se tornando especial na minha vida.
O problema é que não escrevi. Confesso que é por medo. São uns medos que estão me rondando nessa situação mas não vem ao caso.
Quem sabe alguma hora essa vontade não seja maior que o medo de ser julgada como uma boba apaixonada, vença?
O problema é que não escrevi. Mas senti vontade.
xoxo I.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário